Hoje temos a Sofia, que (decidiu seguir o seu o coração ) aqui no blog, um tema e uma experiência diferente do post anterior, mas com uma lição que devíamos todos levar nas nossas vidas, mas não digo mais que sou suspeita, é melhor lerem. 

       O meu percurso é bastante engraçado porque até chegar à dança saltitei por vários mundos, mas acho que acabei no sitio certo, ou pelo menos os outros fizeram me chegar à dança. Eu acredito que nada  é por acaso.

Comecei a dança já muito tarde, isto claro para quem gosta de fazer disto vida e trabalho, tinha 12 anos. Agora vocês dizem "Mas isso é tarde?" e eu respondo "não, mas para o meu corpo já era um bocadinho" já tinha o corpo demasiado formado para aquelas "loucuras" espargatas e afins que requerem um alongamento extremo. Bem, mas fora disso nunca é tarde para fazermos o que amamos ou desejamos fazer. 

A minha área inicial foi danças de salão, eu adorava aquilo de facto mas tinha um grande problema de precisar de um par e para variar não havia rapazes dispostos a isso, assim comecei no hip hop. A área que eu exploro até hoje e que me dá imenso gozo fazer.

Mas este percurso de todo que não foram só rosas! No secundário estava a tirar turismo, que assim directamente não tem nada a ver, mas depois rebuscando bem até tem algumas coisas e hoje tiro todo o proveito disso. Voltando ao secundário... chegou aquela altura decisiva de -ir para a faculdade ? - - ou não ir? - tirar o que? - Essas perguntas loucas. Então um dia cheguei a casa e disse " tomei a decisão e vou tirar dança na FMH (até já sabia a escola) e a reacção foi abraços e beijinhos e "força nisso, porque é o teu sonho".
 Afinal já toda agente sabia que era o meu sonho, menos eu! E é maravilhoso porque sempre tive todo o apoio para seguir todos os meus sonhos! Na "rua" infelizmente não foi tanto assim... lembro me da mãe de uma amiga minha, que me perguntou onde e no que me iria formar, isto claro com um grande sorriso na cara, eu disse: " Vou licenciar-me em dança pela FMH" , o sorriso dela caiu de imediato e ficou um ambiente estranho e disse " isso é profissão?" na minha cabeça passaram inúmeras coisas, muitos palavrões , mas por fora só um silencio. Até que eu disse sem negar e sem medos, com um ar altruísta "SIM! Existem muitas pessoas que vivem da dança", virei as costas. Até hoje ainda me pergunta de vez em quando como vai o trabalho, "o que tiraste mesmo ? " Acho que ela nunca acreditou e se fez de esquecida e ainda hoje levo isso na minha cabeça quando penso em desistir.

Vivo da dança e não sobrevivo, viva! Dou aulas, faço eventos, danço e gosto. Amo! Estou neste momento a criar um novo projecto de dança em casamentos, voltei a estudar para completar o meu curso e o meu sonho e estou muito feliz.  Não deixem ninguém dizer que não conseguem, mostrem sempre o quão eles estão enganados.